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Seminário apresenta peça “Eu só quero é ser feliz” em Teatro de Mariana

“Eu só quero é ser feliz”. Este foi o brado da peça de mesmo nome apresentada pelo Instituto de Filosofia do Seminário São José, na noite da última sexta-feira (8), no Teatro de Mariana, antigo SESI, em Mariana. O valor arrecadado com a venda dos ingressos foi destinado a Comunidade da Figueira, instituição de apoio às pessoas com deficiências, fundada por Dom Luciano Mendes de Almeida.

Chuva forte e a falta de energia elétrica não foram suficientes para afastar o público e desanimar a equipe. Apesar de problemas com a rede elétrica desde o início da tarde, os atores e envolvidos perseveraram nas orações.

“Foi um abandono em Deus, na certeza de que Ele conduz todas as coisas. Quando a gente rezava, antes da luz voltar, a gente meditava aquela palavra de Paulo ‘Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus’ e, de fato, nossa intenção era boa, era de poder ajudar a Comunidade da Figueira e, por isso, Deus conduziu todas as coisas e a apresentação deu tão certo, foi tão boa”, relata o seminarista e um dos atores, Bruno Diego García. A energia retornou por volta das 18h30, uma hora e meia antes da apresentação.

Com a intenção de recordar ao público as dificuldades pelas quais passam muitas pessoas, o espetáculo, escrito pelos próprios seminaristas, trouxe à tona a mensagem de persistência, levantando ainda questões como o preconceito, intolerância e superação da violência.

Para a coordenadora da Comunidade Figueira, Solange Ribeiro dos Santos Reis, a mensagem final da peça foi um lembrete para o dia a dia da própria Figueira. “Às vezes a gente vai se acomodando e ficando indiferente com tudo. Não podemos ser indiferentes. Ouvimos: ‘Não tem jeito mesmo não, como os meninos na Figueira vão ler? Não podem fazer teatro, viajar…’, hoje vimos que há jeito e só precisamos acreditar”, reforça.

Parceria

“Eu só quero é ser feliz e continuar essa parceria”, anunciou Solange no final da peça, referindo-se a parceria do Seminário com a Comunidade Figueira, feita através das peças teatrais apresentadas desde 2016 e do projeto de extensão, por meio do qual o grupo Figueirofia visita os usuários da Figueira em todas as terças e quintas-feiras.

“É sempre um momento muito rico, muito edificante, de fato, porque a gente percebe o talento dos nossos seminaristas, o quanto eles tem a oferecer, e, ao mesmo tempo, quanto amor colocam em tudo o que fazem”, reconhece o Diretor do Instituto de Filosofia, padre Euder Daniane Canuto Monteiro, que também dá destaque ao esforço de cada um deles.

“Eles se desdobram, ensaiam, preparam as peças, se organizam para poder dar um pouquinho de mais alegria a quem precisa tanto, a Comunidade da Figueira, que, como sabemos, foi um sonho de Dom Luciano, e que hoje ainda se concretiza no nosso meio e precisa muito da nossa ajuda”, diz.

Envolvidos

Além dos seminaristas, também atuaram na peça as funcionárias do seminário, Neide Henriques da Silva Ferreira e Maria das Mercês Silva, e a aluna do curso de Filosofia da Faculdade Dom Luciano Mendes, Karine de Souza Gomes.

Para Neide, que atua nas peças do seminário desde a primeira apresentação, realizada em 2016, trabalhar voluntariamente em prol da Comunidade Figueira é muito gratificante. “A gente faz tudo com muito amor, muito gosto e sempre se emociona ao chegar aqui e ver o SESI assim”, diz.

“A gente não é acostumado com teatro, não somos atores, vem a improvisação, vem o amor, por muitos ali também estarem no projeto de extensão e conhecer o povo da Figueira, saber da causa. Isso faz com que os meninos se entreguem”, avalia a estudante Karine.

O coordenador geral da peça, o seminarista João Pedro Silva Ribeiro, concorda, vendo a aproximação com a comunidade Figueira como o diferencial deste ano. “A Comunidade da Filosofia trabalhando lá durante a semana, isso é um incentivo maior ainda pra nós. É sempre uma alegria muito grande, renunciamos a muitas coisas, nos organizamos, planejamos, ensaiamos. No final sempre vale muito a pena”, ressalta.

O seminarista Bruno García reforça que o contato com as pessoas da Figueira e o exemplo da coordenadora Solange, que conduz tudo com amor, motiva inclusive o seu caminho vocacional. “Essa experiência nos faz enxergar por que caminhar, enfrentando as dificuldades da vida acadêmica, do dia a dia, que são tantas. Com isso, a alegria se torna grande também, poder se dedicar a arte e oferecer. Isso vale muito à pena”, expressa.

O seminarista Nillo Neto comenta o fato da apresentação ser feita para um público diferente, fora do Seminário pela primeira vez. “Apresentamos para o seminário, depois para nossas famílias, então ver a reação do povo é uma coisa boa para nós, nos mostra que um ano inteiro de ensaios deu resultado. Embora a chuva tenha impedido alguns, nós vendemos todos os ingressos”, relata.

Segundo ele, muito dos que não puderam ir por causa da chuva são de distritos mais afastados. “Nosso desejo é que eles tenham no coração que ajudaram, não puderam ver em si a peça, mas com o ingresso ajudaram a Figueira, a instituição”.

Ajudar a Figueira foi o motivo principal que levou espectadores como Ana Maria Vieira Ferreira Neto, moradora de Mariana, a participar. Ela ressalta a importância da peça como uma atividade cultural e como auxílio a uma instituição. “Foi uma comédia com uma crítica social muito interessante e profunda. É bom saber que com algo tão simples, a gente está ajudando uma comunidade tão importante da nossa cidade e, ainda, podendo se divertir”.

Foto: Zedu Monte